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domingo, 11 de abril de 2010 Post By: Lilah

Chances...

Capítulo 1 Aqui
Capítulo2 Aqui

Capítulo 3


Matheus


Eu estava tranquilamente conversando com Carlos quando outra sombra apareceu ao lado da mesa. Era o terceiro ou quarto e eu estava começando a ficar realmente sem graça. Por que? Um: eu não danço. E dois: nenhum deles era Fábio e eu estava determinado a não ter um lance rápido com o primeiro (ou terceiro) que estivesse atrás de mim. O último, um louro com cara de quem fugiu do Hell's Angels tinha me assustado ao invés de interessar. Felizmente eles eram rápidos em entender um não ou mais interessados em achar um corpo morno pela noite. Eu tinha decidido ignorar esse, mas ele tocou meu ombro e chamou meu nome:

“Matheus?”

Eu me virei para olhar então. Ele tinha olhos claros, cabelo castanho e um rosto interessante, mas eu realmente não podia me lembrar de tê-lo visto em algum lugar. É horrível quando alguém lembra de você, mas você é incapaz de saber quem ele é. Um pouco envergonhado eu perguntei:

“Eu conheço você? Desculpa, mas eu não consigo me lembrar.”

“Não. Na verdade você não me conhece, mas conhece um amigo meu. Fábio.”

Carlos e Vitor pararam de fingir que não estavam ouvindo a conversa e claramente se inclinaram em direção a nós.

“Eu não estou tentando fazer você. O problema é que o Fábio nunca encontrou um colega de trabalho em um bar gay antes e ele está meio apavorado. Sabe como é, ele não está fora no trabalho e ficou preocupado que você faria um escândalo disso.”

Um escândalo era exatamente o que eu queria fazer agora. Ou a dança da vitória. Ou só dar uns três pulinhos mesmo. Fábio era gay e estava no mesmo bar que eu! Hei, Deus existe mesmo! Mas então me bateu que ele não tinha vindo falar comigo. Ele estava no bar com cara de poucos amigos. Ops...isso não podia ser coisa boa, não é? Isso dói.

“Você pode dizer a ele para não se preocupar. Eu também não estou fora no trabalho e não vou falar nada, se ele também não falar nada sobre mim. Mas se ele costuma vir aqui é bom ele saber que vai continuar me vendo, então melhor ele se recuperar de qualquer problema que ele tenha comigo.”

Eu estava orgulhoso de ter falado tudo sem gritar sobre o quanto era injusto que meu homem de sonho não estivesse interessado em mim.

“Ele pode me evitar e eu farei o mesmo, não precisa se preocupar.” Tá, eu soei um pouco como um menino de cinco anos de quem roubaram o pirulito.

“Não! Ai meu Deus. Não é nada disso.”

O amigo de Fábio soou meio exasperado.

“Olha, eu aposto que ele adoraria conversar com você. Aliás, se seus amigos não se importarem você podia sentar com a gente um pouco no bar. Eu juro pra você que o Fábio não é normalmente assim é que você parece realmente ter mexido com o cérebro dele.”

Eu mexi com o cérebro dele? Não podia ser alguma coisa um pouco mais embaixo? Não! Eu estou falando do coração, pessoas de mente suja!

Carlos e Vitor fizeram questão de deixar muito claro que não se importariam mesmo de perder minha companhia. Mais um pouco e eles me levariam no colo até o bar. Vocês lembram que eu sou tímido, certo? Então era um problema muito grande o fato de que o objeto das minhas fantasias estava tendo uma crise e tinha mandado um amigo por que não podia conversar comigo. Ele estava esperando que eu soubesse o que fazer? Isso seria uma longa noite se fosse assim.

“Eu poderia ir um pouco, mas faz muito tempo que eu não saio com meus amigos e nós temos coisas para conversar.” Hum...vinte e quatro pode ser considerado muito tempo, não?

“Eu espero que eu não tenha feito você acreditar que o Fábio é algum tipo de idiota...apesar que nesse caso e em relação a você ele tem sido” Ele piscou pra mim no fim da frase e depois voltou em direção ao bar onde Fábio estava. Piscou. Eu devia ter entendido algum significado oculto nisso?

Eu encarei Carlos e Vitor provavelmente com o rosto tão confuso quanto eu me sentia.

“O que você está esperando? Faz duas semanas que você sonha acordado com esse cara, agora ele está aqui, no mesmo bar e ainda enviou uma amigo para falar com você. Anda logo! Vá lá e faça alguma coisa!”

Eu odeio quando alguém tem razão e eu tenho que fazer algo que eu não quero.


Fábio


Eu devia ter impedido Paulo. Eu conheço ele a anos e sei que quando ele tem algo em mente significa que alguém vai ser envergonhado. Nesse caso, alguém era eu. Eu não sabia se ficava frustrado ou aliviado quando o vi caminhando de volta, sozinho, até o bar.

Paulo se sentou ao meu lado no bar com a expressão mais inocente do mundo.

“Ele está vindo”

Vindo? Como assim vindo? Para onde?

“Eu disse a ele que você estava preocupado em ser “outing” no emprego. Ele ficou um pouco aborrecido, mas concordou em vir tomar algo no bar com a gente.”

“Aborrecido? Por que?”

“Eu posso ter dado a impressão que você estava incomodado em encontrar ele aqui. Não foi intencional.”

“O que, exatamente, você disse a ele?”

Eu não tive tempo de descobrir. Com um gesto displicente, Paulo apontou para o meio do salão.

“Aí vem ele. Agora faça isso direito ou eu juro que sento com ele e digo que você está se comportando como uma menina de doze anos apaixonada pela primeira vez. E você sabe que eu cumpro minhas ameaças.”

Eu sou um sujeito inteligente. Divertido. Bem humorado. Juro para vocês. O problema é que as vezes o meu cérebro tira férias sem aviso. E normalmente isso acontece nas piores horas. Como quando meu sonho molhado de cachinhos está caminhando em minha direção e eu não tenho a mais leve ideia do que fazer.

Não ajudou que ele estava absolutamente delicioso naquela calça jeans.

“Oi.”

“Oi.”

A gente não devia ter um cérebro de reserva para esses momentos? Eu escutei um bufo exasperado do meu lado antes de ser varrido num movimento rápido. Paulo agarrou meu pulso e colocou a mão no ombro de Matheus ao mesmo que nos arrastou para a pista.

“Vamos dançar, vocês podem conversar depois.”

E lá estávamos nós, no meio da pista apertada, com musica tocando alto, cercado por um monte de gente. Pelo menos eu não precisava falar.


Matheus


Eu não danço, lembram? Na verdade eu não sei dançar. Eu tenho um gen gay defeituoso, me processem. Mas o que eu podia fazer no meio de uma pista de dança, cercado de homens suados e com Fábio me olhando como se eu tivesse de repente desenvolvido duas cabeças? Enquanto eu tentava pensar num jeito de não mostrar minha completa falta de ritmo e me envergonhar mais ainda a música mudou para algo mais suave e lento. Todo mundo ao redor de nós se dividiu em pares e eu me preparei para escapar. Só que eu não fui tão rápido quanto Carlos. Um empurrão “acidental” nas minhas costas e eu estava caindo em direção a Fábio.

Eu acho que eu congelei por um segundo ou dois. Seu peito era morno contra o meu. Ele cheirava limpo e quente e seus braços estavam em volta de mim, talvez apenas por reflexo, para evitar que eu caísse, mas era tão bom...

Então ele sussurrou no meu ouvido:

“Já que estamos aqui...”

Eu senti ele ajustar os braços ao meu redor, dedos quentes na meu pescoço que me persuadiram a deitar em seu ombro. Tá, eu não precisava de muita persuasão, mas vocês podem dar um desconto? Isso é uma lembrança estimada.

Era bom que ele estivesse me segurando por que meus joelhos estavam meio fracos. Todo o sangue do meu corpo parecia ter se migrado para a minha virilha. E eu descansei minha cabeça em seu ombro, tentando não pensar, mas só sentir. Eu não devia estar duro só de uma dança lenta, mas isto era extremamente perto das minhas fantasias para que eu pudesse evitar.

Eu não estou certo quantas músicas nós dançamos. Eu não tive nenhum conceito de tempo ou de qualquer outro ao redor de nós,era como se eu estivesse em alguma bolha com o homem de meus sonhos.

Eu notei tantas outras coisas sobre ele nesta posição. Eu podia ouvir a batida de seu coração enquanto nós balançamos junto, sentir seus músculos por sua camisa e seus braços como eles me seguravam junto. E então de repente eu podia sentir sua mão no meu cabelo, acariciando suavemente. Eu me arrepiei, Eu amo que mexam no meu cabelo.

Eu levantei a cabeça para poder olhar para ele e dei com ele olhando para mim ao mesmo tempo.

Pareceu desajeitado e por mais que eu tivesse procurado algo para falar nada me veio a mente. Eu não sei até hoje quem teve a coragem de realmente tomar o primeiro passo, mas em algum momento um de nós deve ter feito um movimento. E então estávamos nos beijando. Era tentativo, suave, meio sem jeito e assustado de que algo desse errado ou que o encanto se quebrasse.

Eu quis mais. Eu o quis aberto, entregue, meu. E então palmas soaram ao redor e o encanto se quebrou. Eu tentei sair do abraço, mas quando olhei ao redor percebi que as palmas eram para o DJ que estava fazendo uma pausa na música. Bem, a maioria das palmas eram. O olhar de Carlos e Vitor em minha direção dizia o contrário.


Fábio


Eu não estava disposto a deixar que ele escapasse agora que a música tinha terminado. Eu tentei mostrar um sorriso confiante quando agarrei sua mão e o puxei do meio da pista de dança em direção ao lado mais escuro perto das caixas de som. Eu o coloquei na minha frente, costas na parede, um olhar atordoado e delicioso e, antes que ele pudesse dizer algo, eu o estava beijando de novo.

Finalmente eu tinha aqueles cachinhos onde eu queria. Entre meus dedos. Eu apertei meu corpo contra ele gemendo ao perceber que ambos estávamos mais do que dispostos. Eu teria alegremente desistido de respirar só para não que interromper aquele beijo. Mas em algum momento meus pulmões levaram a melhor e eu enterrei meu rosto na massa sedosa de cabelos tentando voltar a respirar normalmente.

Uma mão curiosa estava brincando com o cós da minha calça antes de encontrar espaço e acariciar minhas costas.

“Eu não podia mais esperar. Você não tem nenhuma idéia quanto você tem me deixado maluco

no trabalho.”

Ele riu.

“Oh, eu penso que eu tenho uma idéia satisfatória, se for qualquer coisa como o que você tem feito para mim.”

Eu me afastei ligeiramente daqueles cachinhos para olhar para ele corretamente, e ver se ele estava sendo sincero. Ele tinha um expressão brincalhona e feliz, mas seus olhos eram mornos e doces como sempre,

“O que você vai fazer amanhã à noite?”

Ele pareceu confuso com a pergunta.

“Nada, por que?”

“Eu pego você as oito.”

“Hã?”

Eu já disse que ele parece ter quinze anos quando está confuso?

“Eu pego você as oito. Nós vamos jantar e dançar depois.”

Ele sorriu, entre feliz e envergonhado.

“Sim, certo...claro.”

Bom....por que eu não estava disposto a deixá-lo escapar.

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