Primeira Foto!
A primeira foto do meu camarãozinho. Sempre tive a sensação que eles parecem camarões nas primeiras ultras. Não que eu tenha passado muito por essa experiência por que vinte e sete anos atrás ultrassom não era um exame tão rotineiro assim. E agora que a euforia dos primeiros dias diminuiu eu comecei a pensar nas diferenças desses momentos, grávida aos dezesseis e aos quarente e três.
Lipe, meu mais velho, foi alimentado na barriga, com barras de chocolate e salgadinhos. Eu estava assustada, sem saber como cuidar de mim mesma. Enjoei até os sete meses, muito mais por questões emocionais do que físicas. Com Victor, o segundo, eu lembro de muito trabalho, muitas fraldas (de pano!) por que ele chegou quando Lipe mal tinha dois anos e ainda não tinha se livrado das suas. Lucas foi planejado, por mais que pareça uma loucura um terceiro filho logo depois de tudo isso, mas foi uma gravidez difícil por que eu tive um descolamento de placenta no quarto mês que me deixou de cama o resto dela. E lá se vão vinte e dois anos desde a última vez que eu senti enjoo matinal ou vi uma fralda de perto, por que adotei Saulo aos seis anos. E como foi diferente ser mãe aos 36 anos! Com muito mais tempo e menos neuras.
Quando eu suspeitei dessa gravidez, minha primeira reação foi de negação. Como assim? Eu acabei de ser avó, não faz o menor sentido estar grávida, é pura viagem da minha cabeça. E guardei aquela sensação bem quietinha sem dizer para ninguém.Só que com o passar dos dias ela foi ficando mais forte. E confesso, um sentimento bom tomava conta de mim. Eu amo crianças, eu adoro ser mãe. Uma vontade escondida que sempre tive de engravidar de novo depois do Lucas e que por uma série de motivos nunca pode acontecer, de repente voltou a me visitar. E eu comprei dois exames de farmácia que deram positivo. E eu contei, assustada e feliz, para dois amigos na net..
Ver o bebê no ultrassom e torná-lo real na minha vida foi uma das sensações mais intensas da minha vida. Exatamente igual a todas as outras quatro vezes em que me vi mãe. Eu já escutei de alguns que isso é uma loucura nessa fase da minha vida, que meu bebê terá pais que não poderão acompahá-lo, mas acho isso uma tremenda besteira. Para Lipe, Victor e Lucas eu dei minha juventude, meus receios, meu crescimento. Com eles eu aprendi a ser mãe e errei muito, acertei outras vezes. Dei a eles meu entusiasmo adolescente, minha energia. Mas os roubei de algum tempo e tranquilidade. Com Saulo eu exercitei minha paz, meu tempo mais leve e menos corrido, minha disposição, minha vontade de rolar no chão e não ter pressa.
Para esse bebê, minha Lhaminha (o apelido pegou, melhor não discutir), fica minha maturidade. Minha vontade de recomeçar, minha sensação de renascimento. O engraçado é que com tanto tempo entre uma e outra gravidez, me sinto um pouco mãe de primeira viagem, com todos os receios delas. O que comer, quanto dormir, isso faz mal, aquilo é ruim....Então esperem muitos posts de grávida em pânico, muitas fotinhos de enxoval e muita babação dessa que se descobre começando tudo de novo, vinte e dois anos depois, mas com as mesmas emoções
Eu estou adorando acompanhar tudo! Lilah, eu quero muito que tu escrevas um livro para publicar daqui a um ou dois anos. %X Mãe. Cada capítulo contando tudo sobre a experiência, orientando quem passa por isso em cada fase, no mesmo estilo do livro (excelente) do Içami Tiba, "Família de Alta Performance". Leia e veja que não estou viajando neste pedido. Só que é essencial que escrevas as 4 experiências antes de Lhaminha nascer, para não modificar a ótica das lembranças.
Ah, já reservo agora meu exemplar autografado a partir de agora!
beijoooooo