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quinta-feira, 7 de outubro de 2010 Post By: Lilah

Devolve meu amigo?

ELA:  Amiga dos tempos da faculdade. Uma pessoa solar, divertida, que ouvia minhas aventuras de mãe adolescente e recém casada sem talento para dona de casa. Uma amizade que resistiu a distância quando ela foi trabalhar em Brasilia e eu me mudei para Natal.E isso numa época sem msn e nem skype. Anos depois, as duas de volta ao Rio, era como se nunca tivéssemos estado separadas.


ELE: Ex namorado de infância que virou amigo inseparável. Colega de trabalho do meu marido, que vez por outra nos acompanhava nas mudanças pelo Brasil. Sempre mais quieto e introspectivo, mas parceiro de todas as horas. 



Por uma dessas coincidências do destino, durante anos eu nunca consegui apresentar os dois. Era sempre algo que acontecia e impedia . A viagem de um, o emprego do outro, a doença de um, a má vontade do outro...Eu sei que por anos, não houve festa de aniversário, Natal ou casamento que pudesse reunir os dois. Um dia uns dez anos atrás, e novamente por obra do acaso, eu encontrei com os dois no mesmo restaurante. E os apresentei. 


Em meia hora de papo eu me tornei completamente dispensável. E, como bom abajur que sou, arrumei uma desculpa e deixei os dois sozinhos. Em seis meses eles passaram de ficantes a namorados e finalmente foram morar juntos. Dois anos depois eu fui madrinha do casamento. Fui a primeira pessoa a ver a filha deles, uma menininha linda e fofa que o pai só viu depois por que desmaiou na sala de parto. E as coisas seguiram seu curso natural.


A tecnologia cresceu e não havia dia que não falasse com ela, por msn ou skype. Ou com ele, pelo telefone. Nos víamos em aniversários, casamentos, Natais. Ele me ligava, as vezes só para contar alguma gracinha da filha, ou perguntar sugestões de presentes. Minha mãe ainda o considera meio genro, meio filho. Eles se mudaram para a mesma rua onde eu morava no Rio e almoçavamos juntos todo fim de semana. Então,no início do ano algo começou a mudar.


Eles não tinham mais tempo para aparecer. E, quando vinham, havia um clima estranho no ar. Não foi surpresa quando, em março, ela me contou que estavam se divorciando. A surpresa foi depois. Foi perceber que com o divórcio ela perdeu um marido, ele perdeu uma esposa e eu perdi os dois amigos. Uma amizade de mais de 20 anos de um e mais de 30 do outro. Por que nenhum dos dois se sente a vontade comigo mais. Por que eu sou "a amiga do inimigo". Eu virei a amiga dele, para ela. Ou a amiga dela, para ele. E no fim, eu terminei não sendo a amiga de ninguém!


Não sei se entendo. Só sei que não gosto. Faz mal esse sentimento. Sinto falta dos meus amigos, do velho papo, das risadas no msn, de jogar conversa fora e falar besteira. Na minha cabeça, eles nunca foram uma entidade CASAL. Eles eram o Du, meu amigo e a Lia, minha amiga. Que por acaso do destino, um dia eu apresentei e viraram marido e mulher. Mas nunca deixaram de ser a Lia e o Du. Meus amigos.


É por isso que hoje eu estou encerrando minhas atividades de cupido. Não apresento mais amigos. Nem me peçam telefone daquele carinha legal, nem o msn do fofo da minha timeline. Agora só quero amigos celibatários! Pelo menos ate meu coração se recuperar...

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