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sexta-feira, 16 de julho de 2010 Post By: Lilah

De volta...em La Paz!


E então não ganhamos a Copa, o Galvão não calou a boca, Maradona não ficou pelado e a Argentina aprovou o casamento gay. E enquanto o mundo dava um milhão de voltas eu me tornava cidadã boliviana honorária.
Esquecendo o desastre de um time sem meio campo e um técnico com mais ego que competência e comemorando o fato que o Galvão se aposenta em 2014, vamos ao que interessa: as primeiras impressões de uma carioca perdida em La Paz! Faz frio, muito frio. Tipo assim...frio de pinguim! E eles juram que falam espanhol (ou castelhano se você preferir), mas eu tenho certeza que é uma mistura de mandarim com árabe.
Eu vi muito pouco da cidade ainda. Primeiro por que cheguei no susto, com meu marido no hospital __ fiquem tranquilos, ele já está bem __ e depois por que passei muito mal nas primeiras semanas. Nunca mais reclamo de jogador que não consegue jogar aqui! A sensação é horrível, você respira e parece não ter ar suficiente, a cabeça dói insuportavelmente e parece que você engoliu uma montanha russa que fica chutando o seu estômago. Solução? Muito chá de coca. Que tem gosto de...hum...chá de coca! Ou água quente com algo que deixa uma certa queimação na língua. Mas é a única coisa que faz a montanha russa dormir e seu estômago se sentir normal...ou quase. Claro que eu olhei desconfiada para o tal chá, mas é tão comum aqui como café no Brasil. Todo mundo toma o dia inteiro e o médico me garantiu que não vicia. Ainda não tive coragem de mascar a folha, mas conto para vocês se eu decidir me aventurar.
A grande impressão que essa cidade me deixou até agora é da hospitalidade de seus moradores. Eles tem uma enorme paciência com meu espanhol enferrujado e existe sempre um sorriso nos rostos redondos. Também é um povo muito colorido e alegre. E, claro, eu caí apaixonada pelo cartão postal da cidade: o Illimani. Cariocas dizem estar acostumados a montanhas, não é? Esquece! Nada prepara você para a imponência de uma montanha real. As neves eternas do Illimani e o contraste com o altiplano quase deserto é de tirar o fôlego. Onde quer que você esteja na cidade é só olhar na direção do Illi e ele estará lá, branco e enorme. Não me canso de admirar a vista.
Bem, então é isso. Estou em La Paz, tentando começar a voltar à vida normal, enquanto me acostumo a aquecedores, montanhas cobertas de neve, frio de pinguim e um país que não tem pão francês. Amanhã voltamos a programação normal desse blog, com um conto novo. Hasta La Vista!

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