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segunda-feira, 29 de março de 2010 Post By: Lilah

No Escritório (Parte 1)

Parte 2 AQUI

Era um fim de noite terrível, de um semana igualmente terrível. Luís estava exausto, de mau humor e com mais trabalho do que poderia executar antes do fim do expediente. Ser interrompido pelo chefe de manutenção dos computadores era só mais um item em seu aborrecimento. Não que Marcos fosse um sujeito aborrecido. Aliás, exatamente por que ele não era um sujeito aborrecido. Veja bem, seria muito mais simples se ele não vestisse sempre aquele sorriso irritantemente largo. Ou se ele não ficasse tão bem naquela calça jeans demoniacamente apertada e principalmente se ele não estivesse naquele momento curvado contra a mesa em busca de seja lá qual fio estava causando seu problema. Ou se a camiseta, que Luís tinha certeza era dois números menores que o decente, não estivesse escapando da calça e expondo uma fatia de pele morena bem junto ao topo de seu traseiro. Sim, definitivamente aquela era a pior parte. E se Luís não arrumasse algo para se distrair rápido, ele estaria em uma situação potencialmente embaraçosa.

Ele exalou aliviado quando Marcos pareceu achar o fio ofensivo e endireitou o corpo. Um alívio multiplicado quando a maldita camiseta voltou ao seu lugar e o tentador pedaço de pele foi escondido. Com o sorriso largo de sempre, Marcos deixou a sala depois de explicar que o problema era apenas uma conexão mal encaixada. Obrigando sua mente errante a esquecer o quanto aquele traseiro pareceu tentador em calça jeans apertada, Luís voltou ao projeto que tinha que entregar na segunda-feira. Seria um longo serão nesse fim de semana. Um que ele não tinha nenhuma ideia de como seria longo...

Muitas horas depois, uma dor nas costas o obrigou a abandonar o teclado por alguns minutos. Como sempre, seus pensamentos eram rapidamente desviados para o chefe da manutenção. Ele nunca teve um gaydar muito afinado. Aliás, segundo seus amigos ele tinha algum defeito de fabricação e era o único gay do mundo incapaz de reconhecer outro! Suas tentativas nesse campo eram lendariamente fracassadas e invariavelmente resultavam em situações embaraçosas. O que tinha limitado suas opções a amigos de amigos, em encontros cegos que eram sempre desastrosos ou a boates e clubes que o deixaram cético e cansado. Sexo era fácil. Mas sexo fácil, depois de algum tempo cansa.

Ele tentou voltar ao maldito relatório, mas as 14h de trabalho estavam cobrando seu preço. Ele precisava comer e dormir, não necessariamente nessa ordem. Antes que ele pudesse ser capaz de salvar seu trabalho e transferi-lo para a pendrive a luz do edifício piscou. Depois de alguns segundos, as luzes de emergência se acenderam lançando um espectro fantasmagórico no ambiente. Bem, pense numa semana realmente ruim. O olhar para o relógio revelou que eram quase dez horas. As chances de ainda haver alguém da manutenção no prédio eram mínimas o que significava que seu relatório estava perdido dentro do computador e que não haveria o que ser entregue na segunda-feira. Recusando-se a pensar nesse desastre iminente e cobrando seus últimos resquícios de fé, Luís deixou o escritório em busca de ajuda. Só depois de chegar ao elevador e não obter resposta, sua mente cansada lembrou que o prédio inteiro era controlado por um sistema computadorizado. Sem energia, apenas os serviços básicos funcionavam, o que significava nada de elevador e pior, a chave eletrônica que abria seu escritório também estava fora do ar e ele havia acabado de estar trancado fora dele e sem acesso a qualquer dos documentos que precisava. Essa semana parecia ficar pior a cada momento.

Ainda afundando em piedade própria e sem saber o que fazer nos próximos minutos, Luís levou um susto ao perceber que não estava sozinho no corredor. Marcos claro. Definitivamente seu dia não tinha mais espaço para piorar.

“Eu pensei que era o único trabalhando nessa hora indecente, Luís.”

E então, seu cavaleiro em calça jeans e camiseta branca sorriu e piscou. Esse homem tinha a ousadia de fazer piada com essa situação?

“Marcos, eu realmente não estou no clima para fazer piadas. Meu trabalhosestá perdido dentro do computador, meu escritório está trancado e o elevador não funciona. Eu tenho uma apresentação na segunda e não terei como fazer por que o maldito relatório foi engolido por esse prédio e sua maldita tecnologia moderna que nunca funciona quando deve!”

Apesar da explosão, Marcos nem ao menos piscou e seu sorriso não deslizou um milímetro.

“Acalme-se, eu vou cuidar dessa situação agora mesmo e antes de você perceber nós teremos tudo em controle e seu relatório estará a salvo”

Era uma fala otimista e Luís se agarrou a ela como um náufrago em uma tempestade. Ele seguiu Marcos até a sala da manutenção e esperou impaciente enquanto o moreno fazia sabe-se lá que mágica com os computadores. Uns dez minutos depois Luís começou a ficar impaciente e irritado.

“Isso vai demorar muito?”

Marcos desviou a vista da tela escurecida do sistema e recostando na cadeira, lançou um olhar misto de sarcasmo e diversão:

“Bem, depende do que você chama de demorar. Na verdade o sistema inteiro está fora do ar.”

“Então conserte, oras. Não é isso que você faz?”

Seu tom belicoso não pareceu afetar em nada ao outro homem.

"Eu sinto muito informar você, mas eu ainda não aprendi a fazer milagres. O sistema está fora do ar."

O que significa isso?"

"Significa que nós estamos presos aqui até que consiga consertá-lo. O que pode ser a qualquer minuto ou daqui a três dias."

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  1. Anônimo

    Gaydar,não conhecia essa expressão! òtimo Lilah, mas fiquei com gosto de quero mais e agora? kkkkkkkkkkkkk

  1. Gaydar,não conhecia essa expressão! òtimo Lilah, mas fiquei com gosto de quero mais e agora? kkkkkkkkkkkkk

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