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quinta-feira, 25 de março de 2010 Post By: Lilah

Não me tente...


O porteiro fez sinal para o táxi. Eu avancei enquanto o carro se aproximava do meio fio. Minha revista de Moda era um substituto pobre para um guarda-chuva, mas teimosamente eu a mantive apertada para o meu cabelo. As coisas podiam ficar piores? A companhia aérea perdeu minha bagagem. E eu estava atrasada para o meu encontro. E estava nublado e chovendo.

Merda.

A única coisa boa é que meu quarto de hotel estava pronto. Muito ruim eu não podia pagar pelo hotel cinco estrelas onde minha o jantar de negócios estava marcado para acontecer. Salvar meu cabelo e evitar a aparência de gato molhado teria sido bom

Conseguir aquele táxi tinha sido um golpe de sorte. O porteiro movimentou a cabeça e abriu a porta de táxi, e eu corri pela chuva. Na mesma hora que eu entrei a porta oposta abriu, e eu vi um homem em um terno preto deslizar do lado de dentro.

O porteiro bateu a minha porta e o táxi arrancou.

Eu olhei fixamente de mal humor no intruso. “Você é abusado. Esse táxi é meu.” Ele encolheu os ombros. “Parece que nós estamos compartilhando.” Maravilhoso. Eu me debrucei em direção ao motorista e dei o endereço do Hotel.” Leve-me lá primeiro. Eu não me importo onde este idiota está indo.”

“Este idiota tem um nome. É Raul.”

Eu dei um olhar lateral e de maneira infantil fiz uma careta. Então virei o rosto para acompanhar a chuva que batia contra a janela. “Eu não me importo nem se o seu nome fosse George Clooney. Você é um idiota.”

Ele falou com o motorista de táxi. “Leve a dama primeiro, eu não tenho pressa.”

Eu não quis olhar para ele, mas eu fiz. “Isto é absurdo, você não podia…”

“Eu podia.”

Eu voltei a examinar o desenho de pingos de chuva na janela.

“Você tem uma língua bonita.”

Eu revirei meus olhos. Sim, novamente numa atitude infantil que a imagem no vidro não podia esconder. Percebi que ele me observava pelo reflexo e notei pela primeira vez sua aparência. Cabelo castanho e rebelde que ele tentou domar, olhos claros num tom indefinido de bronze, corpo bem ajustado e completamente a vontade no terno. Bonito. Não de uma maneira clássica, mas de um jeito um tanto perigoso. Adoro perigo.

“Muitas pessoas acham também”

Sim, eu estava flertando com o perigo. É algo que raramente consigo resistir.

Sr. Idiota deslizou mais próximo de mim. Hum...ele cheirava bem. Loção de barba, sabonete e um tom terroso e másculo que se fosse engarrafado se chamaria Homem nº 5. Irresistível.

“Você parece muito nervosa, encontro quente?”

Ele começou a ocupar muito espaço e eu gosto de flertar com o perigo, não de pular do 15º andar sem para-quedas. Por mais cheiroso que ele fosse, e Deus como ele cheirava gostoso, eu não estava disposta a uma rapidinha com um desconhecido, no banco traseiro de um táxi!

“Volte para o seu lado! Eu estou estressada! E apesar de não ser da sua conta, eu não tenho um encontro quente e sim uma reunião de negócios, com um possível empregador e meu concorrente a vaga!”

Por que eu estava dando tantas explicações ao Sr. Ladrão de Táxis?

Ele não pareceu se mexer nem um milímetro. E por que seu cheiro parecia cada vez mais atraente? Eu me inclinei em direção ao motorista e reforcei:

“Por favor, você pode ir mais rápido? Eu realmente estou com pressa”

O motorista ignorou completamente meu pedido ou assim pareceu.

“Sabe, eu podia realmente resolver esse stress, já disseram que eu tenho mãos muito boas.”

Seu olhar era definitivamente erótico e ele flexionou os dedos sensualmente. Bom, hora de parar essa conversa.

“Você é abusado, além de idiota. Eu não tenho tempo para conversas de duplo sentido em bancos traseiros. Principalmente com alguém que eu não conheço.”

“Você tem uma mente maldosa, eu estava oferecendo apenas uma massagem. E quanto a não me conhecer, isso pode ser remediado: Prazer, Raul.”

Ele tinha cara de pau isso não dava pra negar. Olhei a mão estendida tentando me decidir se embarcava naquele joguinho ou se pedia ao motorista do táxi para parar na próxima esquina. Meu lado aventureira sempre vence essas discussões.

“Alice.”

Ele segurou minha mão por mais tempo do que o meramente educado e deixou ir com uma carícia leve na palma. Um arrepio de expectativa correu pela minha pele. Esse era um homem que sabia realmente como iniciar um jogo.

Sua mão pousou, quente e pesada próximo ao meu joelho e ele invadiu ainda mais o meu espaço. Os dedos longos envolveram suave e firmemente e aos poucos, lentamente começaram uma massagem. Eu olhei, preocupada em direção ao motorista, mas ele não pareceu preocupado com o que acontecia no banco traseiro do seu carro.

“Sabe, você tem uma pele irresistível”

Oh, Deus...como ele chegou tão perto? O braço esquerdo deslizou por sobre o banco, o direito continuou sua aventura em direção a minha coxa, até ser detido pela barra da saia que eu vestia. O sussurro morno e sensual em minha orelha, o cheiro intoxicante e o toque hipnótico em minha coxa eram ataques demais aos meus sentidos. Um único dedo deslizou abaixo da barreira da saia. A boa menina que vive em mim agarrou o pulso parando o ataque sensual.

Ele não forçou, mas não recuou também, o movimento circular, tantalizante permaneceu, oferecendo mais, pedindo entrada.

“Faltam dez minutos até o hotel...você tem certeza que não gostaria de uma massagem? Eu posso deixar você muito mais relaxada...”

Eram só dedos certo? Em dez minutos eu nunca mais o veria. Uma parte de mim pensava no absurdo da situação a outra parte estava intoxicada pelo cheiro, pelo som da voz, por aquele dedo diabólico.

“Não me tente...” Eu quis dizer o quanto andei vulnerável, o quanto minha carreira havia exigido de mim...

“Ceder as tentações nem sempre é um pecado, Alice.”

Eu sabia que estava perdida. Coloquei a revista em cima do meu colo relaxei contra o encosto. Que mal havia? A mão em minha coxa deslizou suave em direção ao objetivo. Com firmeza afastou minhas coxas e um dedo curioso e quente encontrou o tufo pequeno de pelos.

“Menina má...nenhuma calcinha” A voz era metade diversão, metade sensualidade.

“Bagagem...perdida...precisei...” Era difícil coordenar voz e pensamento com aquele dedo brincando em minha pele. Eu devia estar envergonhada da minha figura: pernas afastadas, saia levantada, nos braços de um desconhecido, no banco de trás de um táxi. Mas eu precisaria pensar para poder estar envergonhada e isso era impossível no momento.

Ele continuou a deslizar aponta do dedo de cima abaixo, lentamente, muito lentamente, irritantemente lento. Eu descansei minha cabeça no ombro dele, tomando banho no cheiro maravilhoso daquela pele, nariz enterrado em seu pescoço logo abaixo da orelha e tive o pequeno prazer de lhe arrancar um gemido.

“Nós só temos dez minutos” Eu reclamei e confesso que ainda me envergonho um pouco do tom faminto que existia na minha voz.

“Na verdade, só oito”

Era exasperante que ele tivesse ainda tanto auto controle. Eu quis fazer algo, obrigá-lo a ceder, fazê-lo se sentir tão fora de controle como eu estava, mas a úncia coisa que pude foi reclamar de novo.

“Então se apresse!”

Ele riu, baixo e gutural, mas fez o que eu queria. O dedo explorador mergulhou fácil em meu interior úmido e disposto. Meu corpo inteiro era um fio de alta tensão. Não sei se era o homem ou o ambiente. O desejo de fazer algo proibido e totalmente desavergonhado. Mas eu gemi, alto, sem vergonha e nem um pensamento para o motorista no banco da frente. Meu quadril como por vontade própria se levantou na direção do delicioso invasor.

“Mais...” Cabiam tantas coisas nessa palavra...

Ele manteve o ritmo lento, como se não estivéssemos no meio do trânsito a cinco minutos do nosso destino e nem houvesse qualquer audiência. Eu me senti vulnerável, exposta, mas tão desejada, tão quente e necessitada que tudo mais se apagou da minha mente. Minha única busca era prazer. Real e verdadeiro, honesto e simples prazer.

Eu finalmente fui apresentada ao resto de sua mão deliciosa que sem cerimônia engolfou o resto de mim, seu polegar, tão arteiro e curioso quanto o indicador, encontrou meu clitóris e minha ansiedade atingiu níveis estratosféricos. Nada mais me preocupava ou me limitava. Montei aquela mão em busca do prazer que estava só ali, a segundos de distância.

“Isso, pequena, tudo seu, tudo só para você...”

Sua voz era um afrodisíaco potente, as bobagens sussurradas em meu ouvido sobre como ele adoraria estar enterrado em mim, como eu era quente e macia e bonita naquele momento. Eu sei que gemi alto, que implorei também, que pedi para que fosse mais rápido ao mesmo tempo que queria que nunca acabasse. Até que tudo se desfez em prazer branco, ofuscação. Meu corpo zumbiu, tremeu e tomou tudo que ele tinha para dar, sem medo e nem vergonha.

Aterrizei ainda trêmula, corpo vibrando e um pouco suado, pernas fracas, visão turva e desfocada. Aquele homem devia ter uma placa de advertência em seu peito. Ele beijou meu pescoço, naquela região sensível logo abaixo da orelha, golpe baixo no estado em que eu me encontrava.

“Nós chegamos.”

E então eu percebi que o táxi estava parado. O motorista fazia um tremendo esforço para não encarar nenhum de nós dois pelo espelho retrovisor enquanto esperava que nos decidíssemos a descer. Uma ponta de vergonha quis aparecer, mas eu a desprezei. Arrumei minha saia e ajeitei o cabelo e quando me preparava para dizer algo a Raul, se é que existe uma etiqueta para encontros furtivos no banco traseiro de táxis, ele desceu e deu a volta para abrir minha porta. Olhei interrogativamente naquele rosto, naqueles olhos que exibiam um brilho moleque e profundamente divertido. Ele me estendeu a mão e me convidou a descer. Talvez fosse a ofuscação do momento, mas eu segui dócil e tomei a mão estendida até estar lado a lado na calçada. Ele pagou e dispensou o motorista. Então, ainda com o mesmo olhar brincalhão me convidou:

“Vamos entrar? Estamos atrasados para o jantar e não é muito bom deixar o chefe esperando...”




  1. Lilah, bem vinda a esse universo blogueiro. Claro que quando li seus textos sobre BBB enxerguei ali a escritora.

    E nesse conto isso ficou bem claro, a fluidez das palavras, a capacidade de prender o leitor com simples jogo de palavra.

    Não sei se sabe, mas eu escrevo também, alias, amo escrever! rs

    Quando tudo tiver pronto por aqui, avisa que vou linkar lá no meu blog.

  1. Lilah,

    Estava ansiosa pela estréia e com razão. Excelente o conto. Sensual, real e com um contexto ótimo.

    Parabéns e espero que você escreva rápido. Rs.

    Sempre virei aqui ver as novidades.

    Beijos

  1. Que delicia de post!!!
    Que delícia de blog!
    Bem vinda ao mundo bloguístico amiga, e muito sucesso com seu blog. Você sabe que sou sua fã, escreves maravilhosamente bem.
    SUCESSO!

  1. SENSACIONAL!!! Pronto o BBB10 já valeu só por ter conhecido voce! Eu escrevo num blog naonaopara.virgual.uol que também tem autores de literatura erótica, artes eróticas, colinharia, erótica... enfim tudo ertico! Passa lá se vai gostar! Beijo querida!!!
    Tatí

  1. Lilah

    Durante o BBB fui criando grande admiração por vc, pelo seu talento para escrever e conseguir expressar todos os seus pensamentos em palavras!

    E agora vc nos apresenta a Lilah escritora de histórias/contos sensuais!!! Amei!!! Parabéns!!!

    Quando sai o próximo?! :-D

  1. Doug

    Lilah, pelo que eu tinha visto de seus textos sobre o BBB, não esperava nada menos que estes contoss excentes
    Parabens

  1. Lilah... excelente texto...

    Me transportei para o local,como a propria alice!
    bjus

  1. Ótima história com um final realmente maravilhoso! Parabéns!! Adorei o conto!

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