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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010 Post By: Lilah

A Arte do Perdão


Quando os meninos eram pequenos, nós tínhamos uma regra em casa: ninguém vai dormir sem pedir desculpas. Eles podiam ter ficado de castigo ou ter batido portas durante o dia, mas na hora de dormir tinham que fazer as pazes. E eles não gostavam muito disso, por que meninos odeiam pedir desculpas. Mesmo quando erram. E faziam meio que por imposição, meio que para ganhar sobremesa. Claro que não era a melhor das minhas idéias, mas eu queria mesmo que eles aprendessem que pedir desculpas é importante. Mesmo que a gente não goste. Só que remorso não se ensina.




E não gosto do conceito de culpa, sempre me parece muito ligado a valores arcaicos e que só servem para fazer você ficar parado, engessado e se remoendo. Acredito em se assumir a responsabilidade pelas consequências dos nossos atos. E acredito que assumir essa responsabilidade deve ser proativo. Deve nos levar para frente, nos fazer tomar atitudes melhores, aprender com os erros. E parte disso inclui pedir desculpas, fazer as pazes, voltar e refazer pontes que foram queimadas no caminho. E é um movimento dolorido. Por que você volta para um lugar magoado, uma pessoa queimada e que tem motivos de sobra para te olhar de maneira desconfiada. E daí que todo mundo sempre pensa no ofendido. E quase nunca no ofensor.


Quem magoa também carrega um fardo. Também fica com aquele pedaço de história entalado na garganta e sem saber direito como deixar para trás. E muitas vezes pedir desculpas nem é problema. Ser desculpado, perdoado e esquecido começa a ser mais simples que perdoar a si mesmo. Quando você se vê frente a frente com a certeza do erro, quando você deixa de olhar a situação do ponto de vista intelectual e começa a sentir...aí é que fica difícil. E você finalmente aprende o que é remorso. E remorso é uma droga. É um sentimento que aperta, que dói.


É piegas um texto desse chegando perto do Natal. Mas também é uma ótima época do ano para ser piegas por que você joga tudo na conta da Melancolia Natalina! Ser perdoado de algo ruim é o primeiro passo para apagar o remorso. O segundo é perdoar a si mesmo. E seguir em frente, zerar as contas. Escrever outra historia. Aproveite a licença que o Natal nos dá de ser piegas...quantas pontes você queimou? Quantas ainda dá tempo de reconstruir? Peça desculpas se precisar, desculpe a si mesmo. Perdoe seus enganos. E comece o ano zerado. Faz um bem enorme.



  1. To emocionada Lilah.
    Excelente texto.
    Parabéns.

  1. Ótimo texto, Lilah!
    Mas também quero que algumas pessoas além de pedir desculpas quando precisar, desculpar a si mesmo e perdoar seus enganos, aprendam a não cometer sempre os mesmos erros e evite pedir desculpas por eles, faça uma reflexão, e, bem, inicie o ano zerado!

    Beijos ;)

  1. Post excelente, não acho o texto piegas, acho que sempre é tempo de perdoar e ser perdoado. Ja vivi me remoendo, mas só eu sei o quanto pedir desculpas liberta. Mas tbm não gosto das pessoas que vivem se desculpando, pois ai não da para precisarquando é verdadeiro. Mas acho importante pedir perdão quando se esta errado, e ainda mais se perdoar e dar uma nova chance a si.

    Bjão

  1. Lilah,

    Que delícia de texto para refletir, bom para fazer um balanço e tentar ajustar algumas coisas.

    Me lembrou de quando era criança e brigava com meu irmão, e vice-versa, pois minha mãe fazia nos abraçarmos e pedirmos desculpas, só podíamos soltar depois de desculpas pedidas e aceitas. =]

    Beijos.

  1. Adorei o texto, Lilah.
    É realmente um momento oportuno.
    Bem, tem um perdão que eu gostaria de ter, mas fazer o quê, né?

    ^^

  1. Sobre perdão eu sei que o tempo é o senhor de todas as coisas.

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