Normalmente a gente espera nove meses para ganhar um filho. Tem enjoos, pernas inchadas, desejos e estrias. Dores enormes e muitas noites sem dormir com cólicas. As vezes a gente também vira mãe quando uma criança cruza nossa vida e abrimos os braços para ela. Eu vivi as duas coisas. E até um dia no meio do ano passado eu achava que esses eram os dois únicos jeitos de “parir” um filho. Não é.
Esse filho nasceu na net. Não foi a cegonha nem o médico que trouxe. Foi o google. Num “acaso” desses, num dia que eu estava surfando pela rede em busca de inspiração para escrever e imagens para ilustrar. E o google, que entrega filhos nas horas vagas, me jogou lá, no blog dele. E eu li o primeiro desabafo daquela alma que eu nem sabia o quanto ia ser importante na minha vida.
Eu li e, de repente, EU PRECISAVA escrever algo. Eu escrevi, deixei um comentário e fui. E a “gestação” começou ali. Semanas depois ele me enviou um email, que viraram dois, três. Que virou uma diálogo no twitter. Que se transformou em madrugadas insones no msn. E sem eu sentir, sem eu pensar ou analisar, ele já tinha tomado posse completa do meu coração. Eu li e reli seus textos e eu fui conhecendo cada vez mais o que aquele primeiro texto já tinha me dito: a alma doce e o coração lindo que ele tem.
E ele entrou como qualquer filho entra no coração de uma mãe: sem pedir licença, sem pagar impostos, sem medida...e quando você percebe tudo que você quer é que ele seja feliz. Você quer ter certeza que ele está seguro, amado, bem alimentado, protegido, acarinhado. Você quer brigar com o mundo que não enxerga tudo que ele tem para dar. Você quer um gps instalado para saber onde e como ele está.
Eu nunca abracei esse filho. Dois mil quilômetros nos separam. Mas isso não faz a menor diferença. Sua foto está junto com os outros quatro. Eu o controlo como toda mãe faz, mesmo a disatância. Eu penso, rezo e sonho com a felicidade dele, do mesmo jeito que faço com os outros quatro. Ele me chama de seu anjo, eu o chamo de meu pequeno.
Esse filho que não nasceu de mim, mas é meu. Todinho meu! Feliz Aniversário Jock Dean!